Veja, na íntegra, a matéria que foi publicada no caderno Estado, domingo passado, 16, pelo De Fato:
• PRODUTORES DE CEBOLA
Do lucro extraordinário ao prejuízo
Cézar Alves
Da Redação
Baraúna - O município de Baraúna, distante 40 km de Mossoró, tem quase 24 mil habitantes, sendo que mais da metade trabalha e mora na zona rural, conforme dados do IBGE. E é um bom lugar para morar. Tem o solo mais fértil que a ciência tem conhecimento do país, um aquífero no subsolo vigoroso e uma insolação ideal para agricultura irrigada.
O principal produto é o melão. Apesar da redução de 50% na produção, em 2010 foram exportadas 800 mil toneladas. O segundo produto é o mamão, que também reduziu pela metade em 2010, atingindo uma produção superior a 70 mil toneladas. Mas o produto que mais chama atenção em Baraúna, no momento, é a cebola. Isto mesmo, a cebola que dá o sabor na comida.
A produção começou tímida, em 2003, através de um grupo de onze agricultores. Os onze fundaram a Associação de Agricultura Familiar de Primavera, pegaram R$ 155 mil emprestados para comprar duas propriedades e outros R$ 160 mil para estruturar as áreas. O negócio deu certo e cresceu rápido, tão rápido quanto o número de outros agricultores que passaram a plantar cebola.
Em 2010, a fome de produzir ultrapassou a capacidade do mercado de absorver a produção. Resultado: prejuízo coletivo e dos grandes. Os produtores estão com os armazéns cheios de cebolas já começando a apodrecer. Alguns não colheram ainda, mesmo com o início das chuvas, que certamente vai estragar a produção. Outros estão nas margens do RN 015 com sacas e mais sacas de cebola oferecendo a preço de custo, ou seja, algo em torno de R$ 5,00.
Do lucro extraordinário ao prejuízo
Cézar Alves
Da Redação
Baraúna - O município de Baraúna, distante 40 km de Mossoró, tem quase 24 mil habitantes, sendo que mais da metade trabalha e mora na zona rural, conforme dados do IBGE. E é um bom lugar para morar. Tem o solo mais fértil que a ciência tem conhecimento do país, um aquífero no subsolo vigoroso e uma insolação ideal para agricultura irrigada.
O principal produto é o melão. Apesar da redução de 50% na produção, em 2010 foram exportadas 800 mil toneladas. O segundo produto é o mamão, que também reduziu pela metade em 2010, atingindo uma produção superior a 70 mil toneladas. Mas o produto que mais chama atenção em Baraúna, no momento, é a cebola. Isto mesmo, a cebola que dá o sabor na comida.
A produção começou tímida, em 2003, através de um grupo de onze agricultores. Os onze fundaram a Associação de Agricultura Familiar de Primavera, pegaram R$ 155 mil emprestados para comprar duas propriedades e outros R$ 160 mil para estruturar as áreas. O negócio deu certo e cresceu rápido, tão rápido quanto o número de outros agricultores que passaram a plantar cebola.
Em 2010, a fome de produzir ultrapassou a capacidade do mercado de absorver a produção. Resultado: prejuízo coletivo e dos grandes. Os produtores estão com os armazéns cheios de cebolas já começando a apodrecer. Alguns não colheram ainda, mesmo com o início das chuvas, que certamente vai estragar a produção. Outros estão nas margens do RN 015 com sacas e mais sacas de cebola oferecendo a preço de custo, ou seja, algo em torno de R$ 5,00.
Capa do De Fato do dia 16, destaca (na parte inferior) Baraúna |
O estranho observado é que os produtores de cebolas não estão fazendo cara feia, mesmo com o prejuízo que vai de R$ 50 mil a meio milhão de reais, calculado conforme a área plantada e produção negociada. Os produtores, ao invés de chorar com a cebola estocada ou se perdendo nos canteiros, estão é sorrindo, ainda comemorando o lucro que obtiveram em 2009.
Depois do inverno de 2009, os agricultores haviam plantado uma área de 700 hectares e negociado a saca de cebola por valores que variou, conforme a época e o produto, de R$ 12,00 a 40,00. Para quem investiu R$ 5,00 para produzir uma saca, o lucro foi extraordinário. A fome de ganhar mais e mais, levou-os a ampliar a área plantada em quase quatro vezes, resultando em prejuízo.
Prejuízo
Não existe ainda um cálculo nem aproximado do tamanho do prejuízo dos plantadores de cebola em 2010. Segundo explica o produtor Lourenço Santos da Costa, o César, por dois motivos: primeiro por ser grande a quantidade de pequenos e grandes produtores e pelo fato da safra ainda estar em andamento. O técnico agrícola Francisco Girolando de Freitas, do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), atesta que o prejuízo será grande, mas também diz ser quase impossível se calcular valores diante do quadro.
Depois do inverno de 2009, os agricultores haviam plantado uma área de 700 hectares e negociado a saca de cebola por valores que variou, conforme a época e o produto, de R$ 12,00 a 40,00. Para quem investiu R$ 5,00 para produzir uma saca, o lucro foi extraordinário. A fome de ganhar mais e mais, levou-os a ampliar a área plantada em quase quatro vezes, resultando em prejuízo.
Prejuízo
Não existe ainda um cálculo nem aproximado do tamanho do prejuízo dos plantadores de cebola em 2010. Segundo explica o produtor Lourenço Santos da Costa, o César, por dois motivos: primeiro por ser grande a quantidade de pequenos e grandes produtores e pelo fato da safra ainda estar em andamento. O técnico agrícola Francisco Girolando de Freitas, do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), atesta que o prejuízo será grande, mas também diz ser quase impossível se calcular valores diante do quadro.
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